sexta-feira, 1 de julho de 2011
ENTREVISTA : Celina Araújo - Abravidro
O palestrante deve pensar como uma celebridade

A partir de agora vamos publicar no Blog entrevistas com contratadores de palestrantes e com palestrantes, sobre os bastidores desse mercado. A intenção é compartilhar conhecimento com quem está envolvido com o universo das palestras.




A primeira entrevistada é Celina Araújo, da  Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos. A Abravidro
Celina é secretária executiva na Abravidro há oito anos, com a responsabilidade de gerenciar os trabalhos desenvolvidos pela equipe de funcionários da entidade e fazer a interface com a diretoria da associação.

KS: Que tipo de evento vocês organizam em que precisam de palestrantes?
Celina: Somos responsáveis pelo Simpovidro,  simpósio bienal que reúne mais de 500 profissionais do setor vidreiro a cada dois anos. 

Como é que você busca palestrantes?
Fico atenta às sugestões dos patrocinadores e diretores da Abravidro. Também verifico palestrantes que fizeram sucesso em eventos em que eu participei fora do meu setor. Faço uma pesquisa na internet e verifico os nomes que estão “em alta” nas mais diversas mídias e verifico quais os temas que eles podem falar com propriedade.

Que tipo de atributos você procura num palestrante?
Para mim os principais atributos são conteúdo, carisma e facilidade de comunicação com o público. Meu maior temor é que a platéia durma durante a palestra ou não entenda o que está sendo transmitido.

Que tipo de material promocional você acha que funciona?
Um bom site é fundamental e, num segundo contato, uma boa descrição escrita dos conceitos abordados. Um videozinho no You tube com uma passagem rápida da palestra também confirma a decisão.

Quais os temas de palestras que você acha que estão na moda atualmente?
Necessidade de mudança e de adaptação à mudanças (tanto da empresa ao mercado quanto das pessoas dentro da empresa).
Necessidade das empresas em se “digitalizar”: comunicaçãoo com steakholdes nas mídias digitais, redes sociais, e-commerce, etc
Acho que as tradicionais palestras exclusivamente motivacionais ainda têm seu espaço também, com aquela euforia toda de ginásticas, danças e cantos...

Você tem alguma história de horror envolvendo palestrantes em seus eventos?
Várias. Têm os tradicionais problemas de logística, claro. Teve um palestrante que subiu no palco com diarréia e pediu para o mestre de cerimônias ficar a postos, pois ele poderia abandonar o palco a qualquer momento e retornar logo em seguida. Graças a Deus, não foi o caso.
Mas a pior história foi constatar, dez minutos antes do início da apresentação, que a palestra contratada a peso de ouro se iniciaria exatamente com a mesma performance de outro palestrante contratado no evento anterior para o mesmo público. O pior é que o plágio tinha acontecido na primeira apresentação, mas, de qualquer forma, o palestrante autor não poderia repeti-la.
Aprendi muito com isso. A primeira lição é que a contratação passa por todo um ritual de briefing, de adequação de conceitos, de aprovação disso e daquilo, mas uma mera piada de impacto repetida pode pôr tudo a perder aos olhos do público – como diz o Luciano Pires “ninguém tropeça em montanha”. Aprendi também que as coincidências são presentes de Deus: descobrimos que a piada seria repetida porque um participante do evento entrou por acaso na sala plenária, prestou atenção no teste dos slides e som e imediatamente me avisou da coincidência. O palestrante precisou ter um bom jogo de cintura e uma grande capacidade de improvisação para contornar a situação.

O que é importante no comportamento do palestrante fora do palco?
O tal carisma precisa estar presente desde o momento em que o palestrante chega no avião rumo ao evento. Ele não sabe, mas provavelmente alguns de seus companheiros de voo estarão na plateia dali um certo tempo. E essas pessoas observam tudo o que ele faz, pois suas fotos já foram incessantemente divulgadas ao público meses e meses antes do evento: na revista, no site, no e-mail-marketing, na newsletter, na programação via Correio... Acho que o palestrante deve pensar como uma celebridade, que está sempre preocupada com sua imagem até na hora de comprar um pão na padaria. Qual a credibilidade do palestrante caso o seu comportamento fora do palco não condizer com o que ele prega?

Como você avalia se a palestra atingiu seu objetivo?
Primeiramente, pela forma como o público reage no coffee break, depois pela ficha de avaliação ao final do evento. No entanto, a melhor avaliação é ver o público utilizando os conceitos da palestra meses depois do evento, como se fosse um mantra ou um bordão de programa de humor. Acredito que o bom palestrante é aquele com maior capacidade de retenção.

Conheça mais sobre a Abravidro acessando (http://www.abravidro.com.br/)

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Enviado as 09:47 em geral - Comentários [ 0 ]



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